quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

Sobre mudança e valor...


Separando algumas coisas em casa, acho que vou me mudar de novo. Já perdi as contas, mas sei que já passou de 10 ha muito tempo, estou olhando tudo e acho q vou ter que me desfazer necessariamente de algumas coisas, não cabe tudo pra onde vou morar, então decidi catalogar tudo e levar as coisas de maior valor, mas as coisas não são tão fáceis assim. Não quero levar simplesmente as coisas mais caras, que tenham um valor financeiro maior, mas sim as coisas mais valorosas pra mim. Lembrei-me então do Gabriel Garcia Marques que diz:




Sim vou privilegiar as coisas que tem mais significado pra mim, talvez nem valham tanto para os outros, mas pra mim são especiais. Quando fui visitar meu novo lar, tratei logo de procurar um lugar onde colocar minha plantinha, um lugar onde ela possa pegar sereno (ela adora) talvez se não tivesse achado, não quisesse ficar por lá, mas achei um lugar perfeito, fiquei encantado e resolvi que ficaria.
O trabalho de catalogar meus significados é encantador, passei horas olhando meus livros, fitas antigas de vídeo-game, lembrando da história de cada coisa, acho que passei uma hora de tempo sentado no chão da sala organizando minhas obras do Rubem Alves, folheando, revendo as marcações a anotações que fiz. Enfim é um trabalho delicioso.
Hum, lembrei do meu caderno de anotações, não sabia se tinha deixado pra trás sem querer na mudança antiga, mas algo me dizia que não, Que eu havia trazido sim. Sempre foi algo muito valoroso, olhei nas caixas em baixo da cama e nas pastas no canto do quarto. Ate que resolvi olhar em cima do guarda-roupas. Sim, ele estava lá, porém não estava sozinho, estava acompanhado de um monte de coisas de valor. Lá estava a Árvore de Natal, peguei-a cuidadosamente em levei até a sala. Coloquei seus pés e ela ficou de pé novamente, Sentei-me no chão comecei a lembrar de muitas coisas, meu Deus, como ela tem significados importantes  pra mim, lembrei do seu cheiro, do dia em que foi montada, enfeitada, ou mesmo o dia em que o gato a derrubou (quando pequenino, ele morou um tempo nela), sim, algumas partes dela estão tortas, poderia desentortá-la, mas fiz questão que continuasse assim, isso a torna única.

Tomara que ninguém vá por casa esses dias, não quis desmontá-la ainda, pois ninguém pode entender como encontrá-la me fez bem.  Achei suas bolinhas e enfeites, alguns estão quebrados, mas outros estão bons ainda. No final de semana vou desmontá-la, resolvi colocá-la na caixa 01, pois foi à coisa que de maio valor que encontrei, não há como dar um preço a isso. Representou um monte de sentimento bom, que por mais que tenham passado para sempre, fez meu coração ficar feliz ao lembrar...

sábado, 31 de dezembro de 2016

Motivos...


    Não não, esse não foi um bom ano definitivamente, mas isso não vai ser motivo para que eu chore, guardarei minhas lagrimas para outras coisas. Fico pensando o quão a vida foi injusta comigo, mas olho ao redor e me parece que esse ano ela não foi justa com ninguém então não vale a pena lamentar, nem mesmo reclamar.
     Isso não quer dizer q não fique triste pelas coisas que foram embora sem explicação, ou que me empurraram pra fora sem explicação, eu fico sim, e muito. Mas eu também escolhi ter motivos. Não importa o quão sejam insignificantes para os outros, pra mim eu posso fazer ele grande, assim como a plantinha que minha mãe deixou aqui em minha casa. Sei que todas as manhãs quando acordo eu tenho que regá-la, e tirá-la do sol, à noite quando chego do trabalho, tenho que colocá-la na janela pra que ela sinta o sereno da noite e o sol da manhã até que eu acorde e faça tudo de novo por ela. Ninguém além de mim pode fazer isso por ela, por isso eu preciso estar todos os dias.
     Tem dias que está bem complicado para dormir, outros, quase impossível de levantar, então me lembro da plantinha, tenho colocar água em suas raízes, tirar as folhinhas secas, para que as novas belas folhas verdes apareçam com mais intensidade, preciso colocá-la no sereno de novo (não sei por que, mas a mamãe disse que preciso, e eu também percebi que ela gosta do sereno da noite).          Sei que na plantinha, estão  todas as pessoas que pensam em mim, que oram por mim, e que de certa forma me querem ver bem, e principalmente as pessoas que eu tenho que cuidar, sei que muita gente espera por mim, então eu sempre tenho que voltar.
     Então o que posso dizer, quando da sua vida, não restar quase nada? Encontre um motivo, seja ele qual for, para que você tenha vontade de continuar. Muitas vezes precisamos representar os sentimentos das outras pessoas em algo que possamos ver, e nisso não há problema algum. Permita-se ter um motivo, mesmo que seja pequeno para os outros, ele será grandioso para você.

terça-feira, 18 de outubro de 2016

O AMOR DE ONTEM (PARTE II)


Criam-se alguns padrões incompreensíveis na sociedade,porém,  mais  incompreensíveis  ainda,  são  as  pessoas  que  os seguem sem ao menos questionar por que os seguem. Ando  assistindo  a novela  das  9,  que  dentre  muitas bobagens  retrata  a  história  de  um  casal que  se  separa,  e  a partir  disso  começam  a  se  odiar  e  brigar  constantemente inclusive com alienação parental fato horrível que um dia eu comento com vocês). Sei que se trata de uma obra de ficção,
mas na verdade corresponde a história de vida de milhares de casais.

Separação não está necessariamente ligada a ódio; certo que haja rancor e magoas; mas ódio não é necessariamente a palavra  que  deva  andar  em  conjunto  com  a  separação. Existem  histórias que  terminam  sem  ódio,  mas  são  históriasque  tem  como  protagonistas  pessoas  com  um grau  de maturidade de vida elevado, pessoas que conseguem perceber que  em  uma  união existem  diversas  coisas  a  se  ponderar,  a levar em consideração. Existem muitos casais que se separam ainda se amando por exemplo.

Os radicais dizem que a separação não deve existir, pois Deus estabeleceu que o casal deve permanecer junto até que a  morte  os  separe.  Mas  a  morte  de  quê?  Talvez  a  morte  da
compreensão,  da  Cumplicidade  ou  mesmo  da  confiança.  Ou mesmo,  quem  sabe,  Deus tenha se  referido  à  morte  da personalidade  de  quem  se  amou,  sim,  muitas  pessoas resolvem mudar,  e não  é  obrigação  do  seu  par  amar  a  nova pessoa  que  ela  se  tornou.  Mas  não amar  certa  pessoa,  não significa odiar, querer o mal, repudiar, ou querer  arrancar por força  de sua  memória  os  dias  de  convivência  bons  que passaram.

A  separação  não  significa  que  o  casamento  não  tenha dado  certo.  Ele  deu  sim,  deu  pelo tempo  que  durou,  os  dias bons,  os  momentos  felizes  e  especiais  não  devem  ser esquecidos. Tentar  apagar  isso.  É mutilar  uma  parte  de  sua memória. Mesmo  que  o  rompimento  se  dê por  algo  imperdoável (Sim,  há coisas imperdoáveis no mundo),  o fim da união não deve  ser sinônimo  do  ódio,  da  raiva  e  da  aversão.  É extremamente  necessário  que  se  cultive  na mente  os momentos  bons,  as  lembranças  de  festa, mesmo  porque, quase  todas  as  uniões  se desfazem  por  causa  de  um “equívoco imperdoável”; a separação ocorre quando ainda há amor, pois  tais  equívocos  são  tão  repentinos,  que  o  amor permanece inabalável, e muitas vezes se mostra maior do que o imaginado. A sensação de perda, Da à amplitude exata de o quanto certo alguém é importante e indispensável em sua vida. Ainda  assim,  quase  sempre  a  separação  é  a única  saída quando  se  trata  de  situações  imperdoáveis,  pois  mesmo havendo  amor,  a  mágoa gerada  por  tal  acontecimento  acaba por tornar a união algo insuportável. Então  porque  destruir a  quem  ainda  se  ama?  Por  que  a sociedade  diz  que  deve  ser  assim? Não  acho  que  seja umaboa justificativa.

Dizem  que  nosso  coração  é  bobo,  mas  não é. Ele  sabe ponderar as coisas. Um erro não apaga anos de alegria, dias de felicidades, fotos de aniversário, férias de verão, banhos dechuva e abraços apertados. Nosso coração não é injusto comoqueríamos que fosse. Por isso ele faz com que continuamos aamar  as  pessoas  que  nos  machucaram.  Isso  é  quase  que universal, mas sublime mesmo é admitir tudo isso sem culpa, é fazer  diferente,  é  não  ficar  ouvindo fofoquinhas para  se convencer de que seu par realmente “Não Prestava”, ou falar para  todos  que  não  quer ver  a  pessoa  de  maneira  nenhum, enquanto  seu  coração  está  em  desespero  para  enxergá-la
mesmo  que  de  longe,  sentir,  mesmo  que  lá  no  fundo  seu cheiro, ou ouvir de seus lábios, pelo menos, um “oi”.

É  sublime  admitir  que  ainda  gosta,  sentir  saudades  sem culpa,  relembrar  bons  momentos, remexer  fotos  antigas,  tirar aquela  roupa  do  fundo  do  guarda  roupa  e  sentir  seu  cheiro.
Ouvir um disco antigo ou ir a um lugar que sempre iam. Fazer isso não é demérito nenhum, é sim valorizar as coisas que lhe fizeram bem. Em vez de valorizar somente o que te fez mal.


Eu não me perdi
e mesmo assim você me abandonou
Você quis partir
e agora estou sozinho
Mas vou me acostumar
com o silêncio em casa
com um prato só na mesa

Eu não me perdi
o Sândalo perfuma o machado que o feriu
Adeus, adeus, adeus meu grande amor

E tanto faz
de tudo o que ficou 
guardo um retrato teu
E a saudade mais bonita

Eu não me perdi
e mesmo assim ninguém me perdoou
Pobre coração -quando o teu estava comigo era tão bom.

Não sei por que acontece assim e é sem querer
O que não era pra ser:
Vou fugir dessa dor.
Meu amor, se quiseres voltar -volta não
Porque me quebraste em mil pedaços.
Renato Russo

A música acima (Que por sinal eu acho uma das maislindas do mundo) sintetiza muito bem a ideia central do texto,fala  de  uma relação  que  se  acabou,  mesmo havendo  amor ainda. Fala de alguém que guarda um retrato com “A saudade mais  bonita”.  Deixa  transparecer  uma maturidade  e  equilíbrio imenso  quando  cita,  por  exemplo, que “O  sândalo  perfuma  o
machado  que  o  feriu”,  ou  seja,  posso  amar  alguém  que  me machucou  sem  problema,  ou mesmo  quando  admite  sua saudade em “pobre coração, quando o teu estava comigo era tão bom”. O que foi bom, nada nem nenhuma circunstância vai mudar. Por mais que sua “razão” queira. É impossível apagar da  mente  momentos  felizes,  ou  mesmo  negá-los  em  seu coração.

Existem coisas que não dão para entender, e muito menos conseguimos  explicar,  tentar  ficar imaginando  porque  certo alguém nos fez algo é muito doloroso, não vale a pena, assim como não vale perder tempo tentando convencer os outros que deixou  de  amar  alguém sem  de fato  ter deixado.  Precisamos de  menos  teatro  e  mais  sensatez, menos  encenação  e  mais bom senso.

É preciso que se tenha serenidade para relembrar os bons momentos sem reviver magoas, e de saber que nem mesmo  o  amor  sozinho,  é  capaz  de  manter  duas  pessoas juntas. Mas acima de tudo é preciso aprender com a vida e saber discernir  o  tempo  das  coisas,  dizer  não  quando necessário. Dizer eu te Amo sim, mas não volte, pois você me quebrou em mil pedaços...

quinta-feira, 6 de outubro de 2016

SOBRE DROGAS, JOVENS E AMIGOS


Esses  dias  fui convidado  a  falar  sobre  drogas  em  uma 
escola próximo de onde trabalho, disse que não sabia se era a 
pessoa  mais  adequada  a  falar  sobre  o  assunto,  mas  mesmo 
assim  fui.  Disse  o  que  sempre  digo  em  relação, quando me 
perguntam sobre drogas, falei o seguinte: dizem que as drogas 
são  ruins  não  dizem?  Mas  não  é  verdade,  elas  são 
maravilhosas.  Todos  me  olharam  com  uma  fisionomia  de 
espanto ímpar, como se estivessem esperando eu voltar atrás 
e  dizer  que  era  mentira,  ou  brincadeira.  Mas  reafirmei  para 
todos aqueles que ali se encontravam. 

Certas  coisas  acabam  por  virarem  tabu,  e  poucos  tem  a 
coragem  e  a  sinceridade  necessária  para  quebrar  com  o 
conceito.  Estabeleceu-se  que  todo  mundo  que  fosse  falar  de 
drogas, tinha que dizer que ela é ruim, e assim ficou. Parecia 
meio que proibido falar diferente. 

Não podemos simplesmente dar desculpas simplista hoje 
em  dia  para  nossa  juventude.  Antigamente  bastava-se  dizer 
que  era ruim  para  encerrar  o  assunto,  mas  essa  pratica  está 
provada  que  não  foi  eficiente  e  precisa  ser  revista,  além  do 
mais, o nível de acesso de informação de um jovem de hoje, é 
milhares de vezes maior, que o nível de informação de alguns 
anos atrás. Não podemos simplesmente dizer “porque não” ou 
“Porque  sim”  ou  mesmo  “aquilo  é  ruim”  e  pronto.  As  meias 
verdades não funcionam mais.

Se seu filho, aluno, sobrinho, enteado lhe perguntar sobre 
a  droga  diga  a  ele  que  a  sensação  é  muito  boa,  mas  as 
consequências  são  infinitamente  piores  do  que  tudo  que  ele 
possa imaginar, pois dizer que é simplesmente ruim faz surgir 
na  cabeça  dos  mais  novos  a  seguinte  dúvida,  se  é  tão  ruim 
assim, como existem tantas pessoas utilizando? E quando há 
dúvidas na cabeça de um jovem, tenha certeza que irá surgir 
uma  imensa  vontade  de  saber  onde  está  a  verdade.  E 
adivinhem  como  ele  vai  querer  saber  a  verdade? 
Experimentando é claro. 

Muitos  usuários  de  drogas  hoje  em  dia  são  fruto  da 
curiosidade  despertada  em  razão  de  respostas  inadequadas. 
Não podemos minimizar as respostas com a finalidade de não 
querer  perder  tempo,  é  preciso  sentar  com  o  jovem  e 
esclarecer toda a verdade, sanar todas as dúvidas, mostrar a 
realidade daqueles que foram atraídos pelo efêmero prazer da 
primeira  vez,  (que  nunca  mais  se  repete).  Das  famílias 
destruídas,  dos  amigos  que  desaparecem  e  das  dores  que 
ficam. Mostre a história de todos os notáveis que foram embora 
em decorrência  do  vicio,  de  o  quão o  mundo  seria  melhor  e 
mais  bonito  se  eles estivessem  aqui.  Fale da  Janis,  de  Elvis, 
Elis,  Cobain,  fale  de  Cássia  e  Amy,  Apresente  a  beleza  de 
suas  artes  inacabadas.  Digam  que  não  há  dor  nenhuma  que 
justifique se destruir. Fale sobre Deus e luz, fale de amor, leia 
uma  poesia  de  Pablo  Neruda,  escute  um  disco  do  Cazuza, 
assista  A  vida  é  bela  de Benigni,  andem  juntos  na  chuva, 
contemple uma cachoeira, um por do sol, vejam fotos antigas, 
enfim, mostre que a vida é cheia de opções e beleza, e por fim
ouça a música Vinte e Nove do Renato.


Perdi vinte em vinte e nove amizades
Por conta de uma pedra em minhas mãos
Me embriaguei morrendo vinte e nove vezes
Estou aprendendo a viver sem você
(Já que você não me quer mais)
Passei vinte e nove meses num navio
E vinte e nove dias na prisão 
E aos vinte e nove, com o retorno de Saturno
Decidi começar a viver.
Quando você deixou de me amar
Aprendi a perdoar
E a pedir perdão.
(E vinte e nove anjos me saudaram
E tive vinte e nove amigos outra vez)
(Vinte e Nove / Renato Russo)

Diga a quem pergunta que a vida é cheia de opções, que 
perder  um  emprego,  um  relacionamento  ou  mesmo  um  amor 
não é o fim de tudo. As fugas imediatas não são a saída, todo 
é qualquer problema sempre vai acordar com você. As drogas 
são  brutais  demais  com  nosso  frágil  corpo,  a  conta  é  muito 
cara, não vale a pena pagar pra ver.  A droga tira do homem, o 
que Deus lhe deu de mais importante, que é seu livre arbítrio, 
sua livre escola, seu poder de decisão, seu poder de avaliar o 
que  é  certo  ou  errado,  o  que  se  vai  ou  não  vai  fazer.  Um 
usuário  de  drogas vira um  passageiro  em  seu  próprio  corpo, 
perde a noção da moral, esquece seus bons modos, não sabe 
mais de seu costume.


Ter que se iludir ao se encontrar
Com mecanismos de uma bruta ilusão
E não sentir o que é real
O que é viver, o que é ser,
Se já não sente se ser
Drogado é ânsia de não ter querer
P'ra que fugir
Se os problemas
Sempre vão amanhecer com você
E não tem fim
Droga, de só querer usar mais drogas
Há tanta coisa p'ra saber,
São tantos rumos p'ra tomar, 
São tantas provas p'ra vencer,
Mas como se você
Em uma seringa precisar se esconder
P'ra não enfrentar,
A covardia sempre vai te perturbar
Vai acabar com você.
(Drogas / Joaquim Cezar)

Um  dia,  conversava  com  um  sábio  colega  do  meio 
religioso, e dizia ele acreditar que o fruto proibido (Que não é 
uma maça, e inclusive não sei de onde tiraram isso, pois em 
nenhum ponto das escrituras bíblicas se fala em maças) fosse 
algum  tipo  de  droga,  que  tivesse  o  poder  de  abalar  o  livre 
arbítrio dado pelo criador a sua criatura. Tanto é, que a história 
nos conta que ele se escondeu, sentiu vergonha. Mas como se 
esconder  de  Deus?  Sua  capacidade  de  entendimento  estava 
abalada por alguma coisa alucinógena, me dizia o velho amigo. 
Passei  acreditar  na  história  desse  amigo,  acho  mais 
convincente do que a história da maça.

Não crítico aqueles que fogem, apenas acho que não é a 
solução, não temos o direito e nem o poder de saber o quanto 
dói no coração de cada um, qual o limite. Ou quando vão dizer, 
aqui  já  não  dá  mais.  Essas  pessoas  não  precisam  de 
julgamento ou preconceito, precisam de Luz, de uma pequena 
claridade, no fundo do obscuro buraco que se encontram. De 
um pouco de esperança ou de um simples gesto de confiança. 
Não somos diferentes de ninguém, somos seres fracos e tristes 
por natureza, precisamos de ajuda.

Sei que não sou diferente ou melhor que ninguém, também 
estou tentando recuperar meus 29 amigos e ser saudado pelos 
meus 29 anjos. Que Deus me ajude.

sexta-feira, 30 de setembro de 2016

O CAMINHO DO AMOR


Li  em  um  site  de  relacionamentos,  dentre  milhares  de
outras  coisas  imprestáveis  que  leio  por  lá,  um  texto  muito
interessante de Joaquim Cezar que fazia uma relação sobre a
paixão  que  me  chamou  bastante  a  atenção.  Dizia  ele  que
quando  as  pessoas  se apaixonam tudo  parece  ser  infindável
duradouro e permanente, o cérebro para de pensar nas coisas
ao redor e se concentra apenas em uma pessoa. Mas segundo
Joaquim, tudo isso não passa de um “sentimento transferencial
inconsciente” ou seja, a pessoa se apega naquilo que gostaria
que a pessoa fosse, e não pelo o que verdadeiramente é, (Um
bom  exemplo  de  que  isso  faz  sentido,  e  percebermos  que
quando  apaixonados,  não  conseguimos  perceber  defeitos  na
pessoa em questão).
Na verdade a pessoa se apaixona por uma projeção feita
por  ela  mesma.  Mas o  problema  não  está  ai,  o  problema  da
paixão ocorre quando há a quebra do espelho, ou seja, o fim
da ilusão, da fantasia, da utopia. Nesse período, dois caminhos
surgem:  o  primeiro  é  a  separação,  o  término  da  relação
juntamente com o final da ilusão, o outro caminho, seguido por
poucos,  é  a  “Aceitação  do  outro  em  sua  totalidade”  nasce
então, dos cacos do espelho da utopia, o fascínio por um ser
livre,  totalmente  independente  de  suas  expectativas,  que  lhe
surpreende  a  cada  dia,  que  é capaz  de  fazer  uma  surpresa
repentina, que  parece mais linda com os anos e mais forte a
cada  tempestade.  Que  lhe  faz  um  carinho  no  momento  mais
difícil e lhe perdoa aquilo que parecia ser imperdoável, que às
vezes suporta o insuportável, e depois da chuva de meteoros,
pelo  meio  das  cinzas  e  do  sangue  do  campo  de  batalha,
aparece ao seu lado, quando mais ninguém esperava. A esse
caminho dá-se o nome de amor.
A  paixão  é  previsível,  pois  é  invenção  dos  olhos  dos
homens,  é efêmera,  passageiro  e  transitório,  não dura para
sempre, foi feito para acabar logo. Mas o amor não parece ser
imprevisível, infinito e inabalável, foi feito pelas mãos de Deus.

quinta-feira, 29 de setembro de 2016

A ÁRVORE DE FLORES AMARELAS


Sabe de uma coisa? As minhas coisas não valem pra você 
como valem pra mim, muito menos as suas valem pra mim o 
quanto  são grandiosas para  você.  Isso  é  uma conclusão  que 

tirei  de  anos  de  desavenças.  Até  perceber  que  os  olhos 
mensuram  as  coisas  de  maneira  diferente  e  briguei  muito. 
Antigamente  queria  que  todos  vissem  com  os  meus  olhos, 
como  não  consegui,  aprendi  que  cada  um  vê  com  seus 
próprios  olhos,  e  atribuem valores  as  coisas  de  acordo  com 
uma infinidade de variáveis, de sentimentos e acontecimentos. 
Certo dia fiquei alarmado, pois um homem tinha batido em sua 
mulher por que ela teria quebrado um pote (daqueles antigos, 
de guardar água), a principio fiquei atemorizado, achando mais 
um  dos  diversos  absurdos  que  costumo  presenciar  todos  os 
dias, os olhos de inocência e fragilidade da mulher me levaram 
a  quase  nem  querer  ouvir  a  versão  do  suposto  agressor. 
Quando  o  agressor  se  apresentou  e  começou  a  falar,  eu  já 
estava decidido de que ele era um canalha, que não merecia o 
mínimo  de  piedade.  Quando  começou  a  contar  a  história  do 
pote,  de  sua  infância,  de  sua  casinha de  barro  coberta  de 
pedaços de madeira, chão batido, do fogão a lenha, das vezes 
que ia ao igarapé buscar água, do terreiro grande rodeado de 
árvores que existia no local, do pequeno bosque atrás de sua 
casa,  onde  nunca  “batia  sol  forte”  onde  brincava  com  seus 
irmão e primos, do barulho de da bota de seu pai no caminho 
de  volta  pra  casa,  das  viagens  de  canoa  que  fazia  com  sua 
família, e que de tudo aquilo, que fiquei imaginando na minha 
cabeça como se estivesse simplesmente vendo tudo. E depois 
de  me  contar toda  a  história, olhou  pra  mim  com  os  olhos 
mareados e disse: sabe a única coisa que me tinha sobrado de 
tudo isso? O pote que ela quebrou.  
Barcelona
[ 124 ]
Tenho que admitir que não pudessem existir palavras que 
me  desmontassem  mais  do  que  aquelas  que  aquele  homem 
me disse. Depois disso a mulher se levantou de onde estava e 
os olhos que me pareciam de inocência no inicio, já eram olhos 
de demônio, a voz mansa e frágil agora era agressiva e cheia 
de  cólera.  Falava  ela  que  não  aguentava  aquela  porcaria 
daquele pote dentro de casa e que  ele era um idiota de ficar 
lembrando “pobrezas” do passado. No final de tudo ela acabou 
confessando  que  não  houve  agressão  alguma,  e  que  o 
machucado que apresentava era de estilhaços do pote que lhe 
atingiram, e que na verdade ficou com raiva, pois seu marido 
tinha ido embora de casa por causa de um “simples pote”.
Lembro-me  de  quando  ia  visitar  meus  primos  João  e 
Sócrates  (Na  verdade  o  nome  dele é  Nelson,  mas  todos  nós 
chamamos  assim)  mesmo  quando  fui  morar  lá,  na  mesma 
cidade. Brincávamos de um milhão de coisas no pátio sempre 
ventilado  da  casa  deles,  futebol,  basquete,  futebol  de  botão, 
bola de gude (aqui na minha região chamada de peteca), mas 
o  que  gostava  mesmo  era  de  brincar  em  baixo  da  árvore  de 
flores amarelas que ficava ao lado, até hoje o cheiro daquelas 
flores moram dentro de mim, lembro que juntávamos todas as 
flores que podíamos e fazíamos colares para nossas mães, de 
quando  subíamos  em  seus  galhos  e  prendíamos  cata-ventos 
coloridos com giz de cera e ficávamos a ver qual deles rodava 
mais  rápido,  ou  mesmo  quando  subíamos  para  pegar  a  bola 
que sempre ficava presa no telhado ao lado. Não sei dizer por 
que,  mas  sempre  que  lembrava  de  lá,  a  árvore  de  flores 
amarelas  vinha  na  minha  cabeça,  assim  como  seu  perfume 
também.  Só  sentia  que  tinha  chegado à  cidade  quando a 
avistava. Até que um dia cheguei e descobri que ela tinha sido 
cortada,  não  sei  se  foi  coincidência,  mas  depois  disso,  as 
coisas nunca mais foram às mesmas. Não sei quem a cortou, 
mas  sei  que  se  soubesse  o  quanto  era  importante  pra  mim, 
Barcelona
[ 125 ]
não teria feito isso, assim como eu acho que era importante pro 
João e pro Sócrates também. 
Lembrei-me da história da mulher que ficou anos sem falar 
com  o  marido  por  que  ele  cortou  algumas  plantas  de  seu 
jardim.  Mas  tudo isso ocorre,  pois não  sabemos  o  valor  que 
cada objeto representa para cada uma das pessoas ao nosso 
redor,  olhamos,  avaliamos  e  queremos  que  o  mundo  gire  de 
acordo  com  nossos  valores,  somente  eles.  Não  somos 
capazes de entender o preço sentimental que cada coisa tem 
para  determinada  pessoa.  É  certo  que  existem  pessoas  que 
não conseguem ver valor que não seja financeiro nas coisas, 
mas dessas pessoas eu prefiro não falar. Já briguei muito por 
coisas que enxergava com olhos diferentes, agora já não faço 
isso, sei que é perda de tempo. 
Sei que tem gente que nunca vai aprender a distinguir tais 
valores, vai querer ter suas coisas e sentimentos respeitados, 
mas  nunca  vai  respeitar  o  próximo,  tem  gente  que  nem 
descobriu ainda que os outros tem sentimento, não ligam, não 
se importam. Mas o mundo gira e o destino de pessoas rudes é 
que sua efêmera beleza (quando há) se vá, e a solidão fique, 
assim como a mulher que quebrou o pote, fiquei sabendo que 
tentou  desesperadamente  procurar  seu  ex-companheiro  que 
simplesmente não quis mais contato, alegando que cansou de 
suas  grosserias.  Dizem  alguns,  que  ela  o  humilhava 
frequentemente  e  dizia  que  ele  nunca  a  deixaria,  mas  o  pra 
sempre, sempre acaba, e o nunca, um dia acontece.
E quanto à árvore  de  flores  amarelas estou planejando 
plantar uma em frente a minha casa, para que eu possa sentir 
seu cheiro, para que meus filhos possam brincar em baixo dela 
como  eu  fiz  com  meus  primos,  quero  que  eles  tenham 
lembranças boas da infância assim como tenho. Que o coração 
Barcelona
[ 126 ]
deles fique  cheio  de  saudade  boa,  pois  em  coração  que  tem 
“saudade boa” não há lugar para mágoas.
Estou fazendo uma faxina no meu coração, quero cultivar, 
cada vez mais minhas lembranças de meninice, não vou deixar 
ninguém  atrapalhar  isso,  preciso  descartar  minhas  magoas, 
preencher o espaço delas para que não voltem mais. Qualquer 
dia desses vou ligar para meus primos, marcar um lugar para 
nos encontrarmos e lembramos dessas bons dias que vivemos.
************
Esse ano o Sócrates teve mais uma filhinha, seu nome é 
Diana,  nome  de  princesa. daqui  a  pouco  vai  se  formar  em 
medicina, vai ser o Drº Nelson Roberto. Mas no meu coração, 
ele vai ser o mesmo cara que brincava de futebol de Botão no 
chão  da  minha  casa,  o  João  vai  ser  Radiologista,  e  por 
enquanto ainda não casou, é o mesmo brincalhão de 18 anos 
atrás quando brincávamos de Master System na sua casa. Às 
vezes nos reunimos pra tocar. É sempre muito bom. Toda vez 
que fazemos isso, parece que é a primeira vez.


************
Mamãe leu o texto e plantou na frente casa da minha irmã 
Nathália hoje quem brica com suas flores é seu filhinho Arthur;


domingo, 9 de fevereiro de 2014

Pra Sempre...

Fazia um tempão que estava com vontade de gravar essa música, mesmo que de forma amadora. Ela diz tanta coisa pra mim. Acho umas das letras mais completas que já escrevi. Diz muito pro meu coração. Mas não vou dizer nada, pois espero que pra cada pessoa que a ouça, ela diga sua própria mensagem...


Espero que gostem...

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Sobre música, amor e meu amigo Algi


Vou fazer algo que nunca fiz que é explicar uma música, não faço pois acho melhor cada um adequar a sua própria história as coisas que escrevo, mas essa é bem diferente, me levou aos dois extremos de sentimento, da felicidade ao desapontamento, desapontamento pois me fez decidir  nunca mais participar de festivais de música, e felicidade pois, logo depois ficou marcada como uma das musicas mais conhecidas da banda.
Um dia estava indo a universidade, quando percebi a moça que estava ao meu lado, chorava discretamente. Fiquei um tempo sem ter o que dizer, até que perguntei se precisava de ajuda, ela me olhou e disse que infelizmente não. Depois de algumas palavras me disse que havia perdido uma pessoa muito especial em sua vida em um atropelamento, que mesmo passados quase um ano da tragédia, sempre lembrava os momentos bons que viveram e inevitavelmente chorava. Lembro-me que eu estava com uma apostila e uma caneta nas mãos pois planejava estudar, e resolvi anotar nas margens do papel algumas coisas que ela me falava. Dizia ela, por exemplo, que  mesmo sabendo que ele já não estava mais, as vezes tomava seu banho, vestia a roupa mais bonita, e no horário em que sempre aparecia em sua casa, sentava no pátio e lhe esperava, “pois precisava ama-lo”. Dizia também que só conviveu com ele por 9 meses, mas que no fundo sabia que se tratava do amor de sua vida, que viveram intensamente os poucos meses, porem carregava um único arrependimento, o de nunca ter dito que o amava, pois quando ele lhe fazia a pergunta, ela sempre lhe dizia que “era cedo pra dizer”.  Mas que apesar de tudo, acreditava que haveria um lugar onde um dia se encontrariam e continuariam sua história de amor.
A viagem acabou ela desceu e nunca mais a vi.
Ao chegar em casa, peguei me violão e escrevi a música.
Meses depois fomos convidados ao festival de música em São Domingos. Resolvi que essa seria a música que iriamos cantar, pois modestamente achava uma letra muito boa. Mas pra minha decepção total, perdemos para uma música que tinha uma letra com 4 palavras repetidas infinitamente dentre duas notas. O mais incrível e não ter se classificado nem entre as 5 finalistas.
Conclui nesse dia que talvez não fosse compreendido naquilo que escrevo. Pensei em nunca mais cantar minhas músicas em público.
Meses depois voltei a São Domingos e ouvi o Algi (meu velho e bom amigo) cantando a música, e toda a galera que estava do lado acompanhando. Nunca falei pra ninguém, mas isso me fez  desistir da ideia de parar de escrever e cantar.

Para minha surpresa, essa semana, abri meu facebook é vi esse vídeo. Grande presente, grande interpretação e grande estímulo pra escrever novas canções.

Clara é à noite;
Quando estás aqui;
Não sei por quê;
Não posso mais te ouvir.
Teu silencio vai matar meu coração;
Se você partir, que não demores muito.

Pois preciso te ouvir de coração;
Preciso te encontrar;
Preciso ser feliz;
Eu preciso te amar...

Ser feliz é sempre;
Não entristecer;
Amar é sempre amar;
E nunca esquecer.
Sempre as flores vão mostrar minha paixão;
Quando você voltar;
Que me conquistes sempre.

Pois preciso te ouvir de coração;
Preciso te encontrar;
Preciso ser feliz;
Eu preciso te amar...

Quantos olhos tristes;
Quanta indecisão;
Suas mãos que estavam aqui;
Agora tocam o chão.
Como eu posso te dizer pra acreditar;
Mesmo sem poder;
Eu quero te esperar.

Pois preciso te ouvir de coração;
Preciso te encontrar;
Preciso ser feliz;
Eu preciso te amar...

Sei que “é cedo pra dizer”;
Mais foi tarde pra você;
Vejam a vida de nós dois;
Nunca deixem pra depois.
Há de haver algum lugar;
Onde eu possa te encontrar;
Onde eu possa te dizer;
Vou ficar só com você...





sábado, 14 de setembro de 2013

MINHA LUZ...


Não sou muito de me ligar em datas “especiais”, mas me aconteceu algo diferente. Hoje é dia das mães, estou bem distante dela, e estar distante dela me fez passar o dia “mais sozinho” da minha vida, uma falta tão grande que não tem nome que o diga, que defina ou mensure.

Por Deus nunca me vi tão só
É a própria fé o que destrói
Estes são dias desleais.

(Metal contra as Nuvens / Renato Russo)

Da janela do onde moro, fiquei olhando uma família qualquer que almoçava reunida. Pensei como deveria ser a vida daquelas pessoas? O quanto elas se amavam? Quantas histórias interessantes havia? Quantas coisas diferentes? Brigas, encontros, desencontros. Observava o olhar de uma senhora que me parecia ser a mãe homenageada, ela olhava cada um de seus filhos de maneira compenetrada, como se estivesse revendo o filme de cada um, todas as dificuldades, alegrias, parábolas e contentamentos, mas principalmente o que se via era um olhar de felicidade, de dever cumprido, como se ela dissesse: “você esta ai meu filho, mesmo depois de tudo que se passou você está ai, deixe que eu te contemple um pouco mais”. Todos estavam felizes ali, como se por aquele momento pelo menos, não existisse problema algum em suas vidas. Assim me sinto quando estou com minha mãe, não preciso de muito, quando não estou bem, vou a casa dela ouvir sua voz, sento nas cadeiras altas da cozinha só pra ouvir sua voz, isso me basta, acalma meu coração, tira minha dor, acalanta minha alma, acho que ela não sabe disso mas já fiz muitas vezes isso, tem dias que abaixo minha cabeça e apenas ouço, muitas vezes nem sem bem o que ela esta dizendo, mas me sinto, em paz nesse momento.
Acho que já estou acostumado em me sentir só, acho que acontece isso todos os dias, mas hoje parece que doeu mais, me fez pensar e sentir um monte de coisa, assim como a mãe que falei linhas atrás, lembrei-me de toda nossa história, os momentos bons, os difíceis. Inclusive foram nos momentos mais difíceis que percebi o quanto era diferenciada, sublime. Nos piores dias soube me consolar, mesmo sofrendo, soube conter sua dor e pedir para que eu não chorasse.  

Quando tudo está perdido
Sempre existe um caminho
Quando tudo está perdido
Sempre existe uma luz...

Mas não me diga isso...

Hoje a tristeza
Não é passageira
Hoje fiquei com febre a tarde inteira
E quando chegar a noite
Cada estrela
Parecerá uma lágrima...

Queria ser como os outros
E rir das desgraças da vida
Ou fingir estar sempre bem
Ver a leveza
Das coisas com humor...

Mas não me diga isso...

É só hoje e isso passa
Só me deixe aqui quieto
Isso passa
Amanhã é um outro dia
Não é?...

Eu nem sei porque
Me sinto assim
Vem de repente um anjo
Triste perto de mim...

E essa febre que não passa
E meu sorriso sem graça
Não me dê atenção
Mas obrigado
Por pensar em mim...

Quando tudo está perdido
Sempre existe uma luz
Quando tudo está perdido
Sempre existe um caminho...

Quando tudo está perdido
Eu me sinto tão sozinho
Quando tudo está perdido
Não quero mais ser
Quem eu sou...

Mas não me diga isso
Não me dê atenção
E obrigado
Por pensar em mim...

Não me diga isso
Não me dê atenção
E obrigado
Por pensar em mim...
(Via Láctea / Renato Russo)

Às vezes me dói saber o quanto eu a fiz ou faço sofrer por meus problemas, minhas tristezas, evito falar dessas coisas com ela, mas sei que no fundo ela sente. “meu sorriso sem graça” não a engana, na verdade nada que vem de mim a engana, ela conhece todas as linhas do meu coração.
Tem dias que as coisas estão muito difíceis, assim como hoje, minha saudade secou minhas lágrimas.  Sei que minha tristeza não é passageira e terei que conviver com isso para sempre, mas sei que ela está pensando em mim nesses momentos, e onde quer que eu esteja sinto isso. Que quando tudo está perdido sempre existe uma luz, e minha luz sempre será ela.


terça-feira, 10 de setembro de 2013

Como teria sido?


Uma pessoa me perguntou quanto eu ganho para escrever. Olhei pra ela e disse:
-- Muito pouco
-então por que continua escrevendo? Replicou ela.
-- Porque o dinheiro é apenas uma peça do mecanismo da realização humana.

Sempre quando penso sobre isso, chego à conclusão de que não fui eu que escolhi escrever, foram às letrinhas que me escolheram para organiza-las conforme minha opinião.
Algo estava errado, as palavras estavam desorganizadas, minha lógica implorava para que eu colocasse ordem nas coisas, foi assim que eu resolvi escrever textos, mas então eles começaram a se tonar muitos e a se perder, e foi assim que surgiu o blog (www.paulinhodiario.blogspot.com), mas o blog começou a transbordar, e foi assim que surgiram os livros, a compilação de tudo aquilo que eu deveria dizer, organizados de uma forma que minha lógica enfim se aquietou.
Não me interessa se vai vender 1 ou 1 milhão de exemplares, assim como a verdade, para ser verdade, não necessariamente precisa ser ouvida por muitos, basta que ela seja dita, assim é minha relação com a literatura, pra mim já me basta apenas “dizer”.
Diferente é minha relação com a música. Estava ouvindo algumas gravações da banda e senti uma saudade danada, uma dor de não ter dito tudo que deveria dizer, uma sonata incompleta, um jardim abandonado, um “eu te amo” dito pela metade.
A grande maioria das músicas da banda nunca foram tocadas, e hoje penso, que poderão nunca ser. Apesar da saudade, meu coração já está se acostumando com a ideia de que, dificilmente teremos a oportunidade de completar nossa obra ou ao menos se juntar novamente, a cada dia as coisas estão cada vez mais distantes  As imagens dos sonhos estão cada vez mais nublados, as imagens vão se desfazendo na distancia da estrada, no por do sol do horizonte sem fim.
Lembrei-me da musica Sagrado Coração escrita por Renato Russo, uma das mais lindas melodias da banda é uma das mais lindas letras de Renato, mas que por falta de tempo não se juntaram. A melodia pode ser ouvida no álbum póstumo “Numa Outra Estação” e a letra apenas no seu encarte. Toda vez que a escuto, fica na minha mente a ideia, como teria sido? Assim acho que vai acontecer com a banda, dezenas de letras ficarão espalhadas por ai, e alguém em algum dia fará a pergunta, Como teria sido?
Olhando o site do Multshow (http://multishow.globo.com/musica/a-fabrica/so-por-voce/), na parte de letras de músicas, achei uma letra de um

a canção que fiz a mais de 7 anos, não sei quem a colocou lá, pois ela nunca chegou a ser gravada, chama-se “Só por você” e suas entre linhas falam muito mais que suas linhas, fala de uma esperança fraquinha, quase que improvável, de um sorriso discreto, quase que de Mona lisa, de uma dor escondida, quase impercebível.

Quero a luz serena desse teu olhar,
Mesmo já sabendo que não vou mais te encontrar.
(querer assim)
Quero um novo dia a cada amanhecer,
Mesmo já sabendo que não mais me entender.
Será covardia ou indecisão,
Deixar de percorrer as inconstâncias do meu coração. 

Será que vou estar ao entardecer?
Dias que não virão a acontecer,
Aqui já não, da mais...

Sonhos dessa vida sempre são iguais,
Muitos se desfazem nos seus próprios temporais,
(Tudo então)
Tudo é mais difícil que se possa ter,
Nem toda novela e contada na TV.

Sempre a realidade é um pouco mais,
Toda história sempre foi vivida a pouco tempo atrás.

Nunca vou te dizer, “que é eterno assim”,
Volto a procurar, em nosso jardim.
Pra me lembrar De ti.
Meu amor, para onde quer for,
Sentirei alguma dor,
Vento muda a direção,
Mesmo então.
Sentirei teu coração,
Bem difícil de entender,
Cantarei a mesma canção,
De algum tempo atrás,
Só por você.
Certa vez quase que coloco a canção no repertorio de uma das últimas apresentações da banda, lembro-me bem, mas acabei retirando, pois achava que ainda não era hora de canta-la, hoje só me resta ficar imaginando, como teria sido?

OBS: Pra que tiver curiosidade de ouvir as poucas coisas que foram ditas segue o link de algumas canções.




Palavras Vazias

“Quem insiste em julgar os outros sempre tem alguma coisa pra esconder” já dizia Renato Russo. Eu digo mais, quem insiste em querer demonstrar insistentemente algo, também está tentando esconder fatos. Hoje muitas pessoas vivem atrás do escudo da religião com a única finalidade de ocultar sua verdadeira personalidade. Assim como essa mania de ficar postando orações, rezas imagens referentes a Deus, trechos bíblicos etc... ou seja, um comportamento totalmente avesso a personalidade demonstrada no dia a dia. Isso me dá a sensação de que a pessoa esta tentando compensar algo, como se isso fosse possível, anular toda maldade, mesquinharia, crueldade e malicia do dia. Parece-me ser a penitencia dos dias modernos. Então, duvide logo daqueles que insistem em demonstrar um estado de espírito supremo e uma comunhão com Deus absoluta em redes sociais. A relação do homem com Deus é personalíssima, não precisa ser alardeada insistentemente. Rubem Alves diz que a relação de Deus como o homem é algo natural, como o ar que se respira, geralmente quando se fala muito no assunto, é porque o ar está lhe faltando nos pulmões.
Hoje finalmente foram responsabilizadas as pessoas pela morte covarde de uma jovem menina que morava aqui na cidade onde moro. Algumas dessas pessoas, integrantes assíduos de instituições religiosas, filhos de orientadores religiosos. O que aprender disso tudo? primeiramente que religião não significa Deus, que o fato de ir a igreja, ou se autodenominar, religioso, crente, puro, santo, não faz dessa pessoa automaticamente uma boa pessoa. Há um abismo muito grande entre se dizer ser, e realmente ser algo.

Caráter, princípios e personalidade se comprovam com atos, e não com palavras vazias.

terça-feira, 18 de junho de 2013

BARCELONA O LIVRO


Depois de 4 longos anos, finalmente terminei Barcelona, minha segunda obra literária, não sei muito bem definir do que o livro fala especificamente, acho que fala de um montão de coisas do coração e da alma. Nos últimos meses me dediquei bastante para terminar a obra, espero que gostem, e conto com vocês para a divulgação do livro. Pois tenho que admitir que não sou muito bom em fazer marketing, então vou precisar que curtam e compartilhem o máximo possível esse post e o link do livro. Como forma de degustação, disponibilizo o primeiro texto do livro que se chama “Tomate” e explica algumas coisas interessantes pertinentes ao livro. Espero que gostem. De coração...
TOMATE
Sabe de uma coisa? Definitivamente não gosto de modismo, coisas efêmeras não atraem minha atenção. Por exemplo: agora, no exato momento em que estou escrevendo esse texto, ouço um disco gravado há mais de duas décadas. Pra alguma coisa realmente me agradar, não tem como pré requisito que agradem aos outros. Não gosto de nada só porque todo mundo está gostando.
Não é que eu seja resistente a coisas novas, longe de mim, por exemplo: adoro a tecnologia, mas gosto, porque acho bom e não porque meu vizinho gosta; leio bastante sempre sobre o assunto e tenho diversos equipamentos eletrônicos, e às vezes dou até aulas sobre o assunto.
Tenho um perfil em uma rede de relacionamentos (Facebook) o qual, uso mais para mostrar meu lado descontraído e divulgar, minhas obras (Sim, obras no plural, Livros e Músicas).
No referido perfil, tenho vários “amigos” que não conheço, parece estranho não? Sim, mas nos dias de hoje isso é possível e até normal. Acho legal, pois no meu ponto de vista, uma das coisas mais interessantes nesse tipo de comunicação é conhecer novas pessoas.
Pois bem, semana passada divulguei o lançamento do livro, e habilitei a função de conversar Via Chat com as pessoas (coisas que quase nunca faço, pois sou naturalmente meio impessoal, não gosto muito de comunicação direta). Logo em seguida entrou em contato uma “Amiga” desconhecida e disse:
-Não sabia que era escritor
Respondi:
- Nem eu
- Rsrsrsrs (isso quer dizer riso nos dias de hoje, acho meio estranho, mas é assim).
- Pq vc ri?
- Pq é meio estranho esse negocio de escrever livro
-Você já leu algum livro?
- Hummm, acho que não.
- É realmente deve lhe parecer estranho mesmo.
- Como mesmo vai ser o nome?
- Barcelona?
- O que é Barcelona?
- É a capital da Espanha
- Hummm, vc já foi La?
- Não
- ????????? Como você vai escrever sobre uma cidade que nunca foi?
- Pq eu não escrevi sobre a cidade.
- Então pq o nome é Barcelona então?
- Pq o nome remete a outros pensamentos que não necessariamente são uma descrição da cidade.
- Humm, agora vc me confundiu. O que é remete?
 - Não é nada muito importante não, deixa pra lá.
- Vc está me achando burra ne?
- Claro que não. (daqui pra frente comecei a ser sarcástico)
- Alem dessa cidade, fala mais de que.
- De um monte de coisa, música, comportamento, educação.
- Legal, adoro música, gosto do Thiaguinho, Gang do eletro, Gaby Amarantos e Calcinha Preta, tem alguma musica deles lá.
- Tem sim, muitas. (Ironia nível 100)
- Égua legal (pra quem não é paraense, essa frase não foi uma ofensa, foi uma comemoração), quanto vai custar?
- Uns 30 e poucos reais mais ou menos.
- Égua, tudo isso? (Agora sim ela me ofendeu)
- Tudo.
- Com esse preço da pra comprar uns 4 quilos de tomate. (no atual momento o tomate esta com preços elevadíssimos devido à falta de competência do governo, por esse motivo virou a “piada da moda”. Até mesmo gente que não come tomate reclama, só pra ficar na moda também.)
- É verdade.
- Se eu conseguir um dinheiro eu vou comprar seu livro.
- Não, acho melhor vc não fazer isso.
- Pq?
- Acho melhor vc comprar os tomates.
- Poxa.
Pois bem, depois dessa dose cavalar de bobagem, desisti de fazer comercial do livro via Chat do facebook.
Eu não sei necessariamente explicar o tema do livro, talvez ele não tenha um tema especifico. Talvez a mensagem, ou o assunto, dependa de quem esteja o lendo. Sim, Certa vez uma pessoa me disse gostava das minhas lições de espiritismo, achei estranho, pois nunca escrevi especificamente sobre o tema. Então percebi que não interessa o que se pensa em dizer, mas sim o que se aprende daquilo que você disse. Cada um ouve a história e tende a adequar a sua realidade, a seus sofrimentos, alegrias ou tristezas.
Na verdade o livro é oriundo do blog (www.paulinhodiario.blogspot.com), e de textos exclusivos. Todos os textos que estiverem datados, e porque foram retirados do blog ­- é importante observar as suas datas para poder contextualizar o que está escrito com o período; em alguns momentos tento seguir uma ordem cronológica, mas nem sempre é assim e os textos que contam apenas com o ano, foram escritos exclusivamente para o livro.
Outro fato que deve ser levado em consideração é sua linguagem. Adotei o critério utilizar uma linguagem bem recente. Algo como uma conversa com um amigo. Por isso, algumas vezes, o português culto não vai ser levado ao pé da letra. Não acho justo deixarmos de “ser entendidos”, para poder seguir uma norma. O bom senso é sempre a primeira regra em todos os livros de regras. Com o português não acho que deva ser diferente. Por isso ele também não segue as regras da ABNT, seguem as minhas. Achei mais bonito.
Essa minha “péssima” mania de sobreviver no meu próprio mundo, vai afastar parte dos potenciais leitores do livro, mas não importa, tenho a ciência de que essa não é uma literatura para todos, mas sim para poucos. Poucos terão subsídios intelectuais necessários para achar alguma lógica na maioria das coisas que estão escritas aqui, resumindo, não é um livro pra menina que conversou comigo via chat.
Estou eu mais uma vez, escrevendo para meus poucos, porém bons leitores e quero continuar assim, são essas poucas pessoas que se emocionam, que choram, soltam gargalhadas, ou mesmo se veem refletidas em algum capítulo, que me fazem perder dias inteiros e noites de sono escrevendo. Sei que de alguma maneira, alguém vai estar lendo algum texto e lembrando de um momento bom, inesquecível, e que as vezes não pode compartilhar com ninguém, mas vai estar recordando, vai estar se sentindo  feliz novamente, utilizando a leitura como porta de transcendência, essa é minha maior intenção. Minha maior satisfação.
Pra finalizar, esse é definitivamente um livro que já sai fora de moda, mas é proposital, pois se quisesse mesmo estar na moda não estaria escrevendo Barcelona, estaria eu escrevendo um livro sobre tomates.
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Tomate Também é o nome do terceiro disco do Kid Abelha, da Paula Toller.


terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Tragédia.

Depois tem gente que fica me perguntando por que defendo, que em qualquer profissão, deve-se exigir o mínimo de educação, ser segurança por exemplo, não tem apenas como pré-requisito ser grande ou forte, tem que ter o mínimo de conhecimento para lidar com situações atípicas, o mínimo de sensibilidade para saber a hora agir de maneira coerente, de pensar com própria cabeça e não fazer apenas, rigorosamente o que foi ensinado, sem exceção. Vejam bem o que fizeram os seguranças da casa de Show no Rio Grande do Sul, que impediram as pessoas de sair do local, que estava pegando fogo, simplesmente porque não tinham pagado a conta.

Cotidiano.


"O cotidiano insiste, dia após dia, em nos tornar pessoas medíocres." 

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Novo Livro

Como prometido na postagem passada, o nome do novo livro será "Barcelona". praticamente a metade dele será Inédito, está quase pronto, esse mês todo vou me dedicar em termina-lo. Espero que esteja pronto antes do meu aniversário, será meu presente para mim mesmo rsrsrsrsrsr.